“Confessionário.”

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Eu confesso aqui,

que por conta da ausência,

surgem meia dúzia de versos,

contudo, nunca atingidos pelo ar rarefeito.

Eu lembro muito bem,

de correr pelas rampas,

desvendar as avenidas,

enquanto o céu não caía.

Entenda, acontece da seguinte maneira,

em um mundo sem presenças,

sonhos podem ser consumido por chamas,

porém, não havia mais lenha na fogueira!

Pois bem, fincadas foram

todas as palavras,

agora, penduradas no varal,

elas esperam o forte vento.

Logo, o vendaval chega,

fechando janelas,

balançando as folhas

das árvores bonitas.

Chega o vendaval,

cantarolando em minha mente,

balançando as notas,

muitas vezes rasuradas.

Por fim, alcança-me a chuva,

perdem-se os mapas e as coordenadas,

no entanto, tudo ficará bem.

Eu confesso, o caminho foi decorado.

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Maria Eduarda Caldeira

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